Configurar margens do Microsoft Word para impressão encadernada frente e verso

A ABNT define que uma das margens laterais deve ser de 3cm e a outra de 2cm. Uma das explicações é a de que o espaço maior é destinado à mola de encadernação, quando impresso. Mas quando o documento do Microsoft Word destina-se à impressão frente e verso para encadernação, é necessário configurar os centímetros das margens "Interna" e "Externa" na opção "Margens espelho".

Para ajustar, vá até Layout -> Configurar página -> ícone no canto inferior direito.

Na tela de configuração, selecione a opção "Margens espelho" em "Páginas", e defina 2cm para margem interna e 3cm para margem externa. Por fim, no item "Aplica a" selecione a opção "No documento inteiro".




Como adicionar uma coluna ID (número identificador) no Calibre

Eu utilizo o software livre Calibre para gerenciar a biblioteca pessoal no computador. São quase 7 mil arquivos, como artigos, resumos, teses, dissertações, livros, etc. Antes organizava diretamente no Windows Explorer, mas o software Calibre é muito mais robusto e possui mais funcionalidades. Para quem sofre com as pastas do Windows, vale a pena tentar o Calibre.

O Manual do Calibre está parcialmente no idioma português.

A seguir, um modo de adicionar a coluna que exibe o número identificador (ID) interno que o Calibre atribui para cada item da biblioteca.

1º - No Calibre acesse o serviço:

Preferências > Adicionar suas próprias colunas > Adicionar colunas personalizadas

2º - No campo "Tipo de coluna" selecione "Coluna construída a partir de outras colunas".

3º - Nos demais campos preencha conforme a imagem abaixo e clique em "Ok":


4º - Clique em "Aplicar" e reinicie o Calibre.

5º - Volte para o local Preferências > Adicionar suas próprias colunas

6º - Ao final da lista estará a coluna recém criada. Dê um clique nela e depois clique na seta verde que mudará a posição da coluna para cima. Coloque na segunda posição de cima para baixo.

7º - Ao final, a coluna ficará conforme a imagem abaixo.





Modelo do Continuum: pensamento alternativo ao Ciclo Vital



Li um artigo que achei interessante e decidi compartilhar algumas anotações sobre ele. O livro como um todo proporciona uma leitura bastante agradável.

Artigo: "Modelo do Ciclo Vital e Modelo do Continuum: uma visão das concepções de organização arquivística desde o período do pós-guerra", escrito por Glenn Dingwall. Livro: Correntes atuais do pensamento arquivístico, organizado por Terry Eastwood e Heather MacNeil, com tradução de Anderson Bastos Martins e revisão técnica de Heloísa Liberalli Bellotto. (2016). Editora UFMG, Belo Horizonte.

Após a primeira Guerra Mundial, Hilary Jenkinson introduziu o conceito de Arquivo Intermediário no Governo do Reino Unido. Essa iniciativa mostrou-se vantajosa, trazendo economia de recursos e espaço, fazendo com que a ideia fosse adotada por outras instâncias governamentais no Reino Unido e em outros países. Após a segunda Guerra Mundial, as publicações de Rousseau e Couture estabeleceram concretamente a Teoria do Ciclo Vital, delineando três idades do documento: corrente, intermediária e permanente.

Essa definição de idades documentais impactou a divisão da profissão de arquivistas nos Estados Unidos. Os "archivists" se dedicavam aos Arquivos Permanentes, enquanto os "records managers" cuidavam dos Arquivos Correntes e Intermediários. Visando reconciliar essa divisão, surgiram os conceitos iniciais do Modelo Continuum, que questionam as fronteiras estabelecidas pelo Ciclo Vital. Esse novo modelo, desenvolvido de forma mais aprofundada na Austrália, também é conhecido como Modelo Australiano.

Como Dingwall defende no texto, concordo que o Modelo Continuum não representa uma ruptura completa, não representa um modelo totalmente novo, mas sim um refinamento/aprimoramento do Ciclo Vital. “[...] talvez seja melhor tratar o modelo do Continuum como um conjunto de ideias que ampliam, mais que substituem, aquelas que atuam no modelo do Ciclo Vital” (p. 229-230).

O modelo canadense do Ciclo Vital, com sua compartimentalização, encontra desafios no ambiente digital. As tecnologias da informação e comunicação (TICs) tornam irrelevantes as fronteiras espaciais e temporais relacionadas ao tratamento documental, tradicionalmente aplicadas.

Algumas funções arquivísticas, como preservação e descrição (e acesso), são executadas desde a criação do documento, ou até mesmo antes disso. Portanto, uma abordagem mais holística e integrada é necessária. A classificação nos arquivos correntes tem a mesma base que o arranjo intelectual nos arquivos permanentes, representando apenas diferentes fases de um mesmo processo.

A descrição arquivística, em seu sentido mais completo, começa no registro e classificação inicial no protocolo, ou seja, quando o documento entra no acervo, e continua ao longo de toda a sua existência. No contexto digital, os documentos já nascem com prazos, destinação final e requisitos de preservação definidos, o que ultrapassa as limitações da compartimentalização do Ciclo Vital. Resumindo, são demandas do cenário atual que superam as compartimentalizações definidas pela teoria do Ciclo Vital.